A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou, nesta terça-feira (7), que segue descartando a suspeita de intoxicação por metanol no rapper Hungria. O cantor ficou internado no Hospital DF Star, em Brasília, entre quarta (1º) e domingo (5) com sintomas similares.

No entanto, exames realizados nas garrafas consumidas e no sangue do artista negaram essa hipótese. Nesta terça, a equipe do rapper insistiu na teoria e apresentou um laudo que aponta a presença de metanol no sangue dele.
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Entretanto, o documento apresentado pelo staff do cantor deixa claro: o nível de metanol está acima do “valor de referência”, mas bem abaixo do valor considerado “concentração tóxica”. Dessa maneira, a Secretaria de Saúde emitiu uma nota explicando que essa quantidade da substância pode ter vindo de bebidas alcoólicas seguras e não adulteradas.
“É esperada a presença de traços de metanol em bebidas comercializadas dentro dos limites de segurança estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Portanto, a detecção de metanol no sangue, em valores abaixo do limiar de toxicidade, não pode confirmar intoxicação”, informou a secretaria.
- quantidade de referência: até 0,25 mg de metanol por 100 ml de sangue;
- exame de Hungria: 0,54 mg de metanol por 100 ml de sangue;
- concentração tóxica: pelo menos 20 mg de metanol por 100 ml de sangue.
Assim, para que o exame de sangue feito pelo rapper indicasse intoxicação por metanol, seria preciso que a quantidade da substância identificada fosse 37 vezes maior.
Hospital tratou caso de Hungria como possível intoxicação por metanol
Na noite desta terça-feira (7), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou que a equipe médica do hospital agiu corretamente ao tratar o caso, desde o princípio, como uma possível intoxicação por metanol.

“A equipe notificou desde o começo como suspeita, de forma absolutamente correta, porque o quadro clínico dele é muito sugestivo (de intoxicação por metanol). Começou a tomar todas as atitudes recomendadas, usou etanol farmacêutico, fez hemodiálise porque a equipe considerava que era indicado”, pontuou o ministro, que completou:
“Os primeiros testes não tinham identificado a presença do metanol. Hoje a própria equipe (do rapper Hungria) divulgou que um dos testes tinha identificado alguma presença de metanol. Mas o GDF ainda está considerando esse caso como descartado. O próprio GDF divulgou nota.”
De acordo com o ministro, cabe à Secretaria de Saúde do DF classificar o caso como suspeito, confirmado ou descartado.
“Tem outros exames que podem ser realizados ainda. Se o GDF mudar a posição, a gente vai considerar isso para a parte epidemiológica”.

Também nesta terça-feira, a assessoria de Hungria divulgou o laudo informando a presença de metanol. O cantor ficou internado por quatro dias em Brasília.
“De acordo com exames laboratoriais realizados pelo Laboratório Richet, da Rede D’Or, cujo resultado foi liberado em 06 de outubro, foi detectada a presença de metanol no sangue (0,54 mg/dL), acima do limite de referência (até 0,25 mg/dL). O resultado confirma a exposição à substância, e a equipe médica aguarda os exames de contraprova”.