A Polícia Técnico-Científica de São Paulo confirmou nesta segunda-feira (6) a presença de metanol em bebidas de duas distribuidoras do estado. Na semana passada, 17 fiscalizações da Vigilância Sanitária, Procon-SP e Polícia Civil foram realizadas em bares, adegas e distribuidores, após a criação de uma força-tarefa para investigar as intoxicações ocasionadas pela substância.

Agora, o foco das investigações está em descobrir se partiu dessas duas distribuidoras as bebidas adulteradas e que causaram as duas mortes registradas em São Paulo. No entanto, outros sete óbitos ainda estão sendo apurados.
Leia Mais:
- Golpe ‘Boa Noite, Cinderela’: como se proteger e dicas para evitar ser vítima
- São Paulo tem cinco mortes por intoxicação por metanol; investigação em andamento
- Intolerâncias alimentares: como identificar e entender seus efeitos
Até agora no Estado, 192 casos suspeitos de intoxicação por metanol foram registrados. Destes 14 deles confirmados pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Os investigadores acreditam que a utilização do metanol serve para aumentar o volume de bebida adulterada. Todavia, a hipótese da contaminação pela substância usada na limpeza de garrafas reaproveitadas também não está descartada.

De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, “não há nenhum indício de participação” do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas contaminações. Afinal, segundo ele, as pessoas que foram presas na investigação até agora não têm relação com a facção. Além disso, os locais onde foram identificadas bebidas adulteradas são diferentes.
Segundo o governador de São Paulo, o principal fornecedor de insumos para falsificar as bebidas no estado está entre os 20 presos na semana passada. A origem do metanol, contudo, ainda segue em investigação.
PCC usava combustível adulterado com metanol para lavar dinheiro
A Polícia Federal, a Receita Federal e órgãos como o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram a Operação Carbono Oculto no fim de agosto. Nas investigações, descobriu-se que o PCC utilizava combustível adulterado com metanol importado irregularmente para lavar o dinheiro do crime organizado.
Tarcísio Freitas afirmou ainda que 11 locais comércio de bebidas, bares, adegas e distribuidoras foram interditados devido à constatação de bebidas sem comprovação de origem, para analisar a procedência dos produtos.

Aliás, outros oito estabelecimentos tiveram inscrições estaduais suspensas cautelarmente, sendo seis distribuidoras e dois bares.
Em todo o Brasil, o total de notificações chegou a 225, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde divulgado no último domingo (5). Neste montante, constam casos confirmados e suspeitos, além das mortes.
No total, 16 casos foram confirmados e outros 209 estão em investigação.