Os acidentes de trânsito envolvendo motocicletas continuam a representar uma das principais causas de mortes no Brasil. Em 2024, o país registrou um aumento significativo no número de vítimas fatais em acidentes de moto, refletindo uma tendência preocupante que se estende até os primeiros meses de 2025. Dessa maneira, confira uma análise detalhada dos estados brasileiros com os maiores índices de acidentes fatais envolvendo motocicletas, com base em dados oficiais e estudos recentes.
Panorama nacional
De acordo com dados do Infosiga, entre janeiro e setembro de 2024, o estado de São Paulo registrou 1.925 mortes de motociclistas, representando um aumento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2023. Na capital paulista, as mortes subiram de 273 para 355, um incremento de 30%.
Leia Mais:
- Como evitar multas comuns no trânsito: dicas para dirigir com segurança
- Mobilidade Urbana: desafios, soluções e dicas para um trânsito melhor
- Como os aplicativos revolucionam a mobilidade urbana
Além disso, o número de motociclistas mortos em rodovias estaduais e federais aumentou 13% nos primeiros dez meses de 2024, totalizando 730 óbitos, o que representa 34% do total de mortes nas rodovias do estado.
1. Maranhão: o estado com maior taxa de mortalidade por acidentes de moto
O Maranhão destaca-se como o estado com a maior taxa de mortalidade por acidentes de motocicleta no Brasil. Em 2024, o estado registrou 693 mortes, representando uma taxa de 9,69 óbitos por 100 mil habitantes. Embora tenha ocorrido uma redução em relação a 2023 (11,27 óbitos por 100 mil habitantes), os números ainda são alarmantes. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou que grande parte dos acidentes fatais ocorreu em rodovias federais, como a BR-010, onde um motociclista de 31 anos perdeu a vida após colidir frontalmente com um caminhão-trator.
2. São Paulo: aumento significativo no número de mortes de motociclistas
São Paulo, o estado mais populoso do país, também apresentou um aumento expressivo no número de mortes de motociclistas. Entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados 1.925 óbitos, representando um aumento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2023. Na capital paulista, o número de mortes aumentou 30%, passando de 273 para 355. Especialistas apontam que o crescimento da frota de motocicletas, aumento do uso por aplicativos de entrega e transporte de passageiros, além de comportamentos de risco como excesso de velocidade, uso de celular durante a condução e a falta de infraestrutura adequada contribuem para esse cenário.
3. Pernambuco: sobrecarga no sistema de saúde e aumento nas internações
Em Pernambuco, os acidentes com motocicletas têm sobrecarregado o Sistema Único de Saúde (SUS). No primeiro semestre de 2024, os hospitais atenderam, em média, 90 pessoas por dia devido a sinistros de moto. O Hospital Miguel Arraes registrou um aumento de 59,6% no número de atendimentos de pacientes acidentados em comparação com o mesmo período de 2023. Além disso, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou que um sinistro grave pode custar até R$ 125.133,91 aos cofres públicos.
4. Parauapebas (PA): crescimento nas internações por acidentes de moto
Parauapebas, município localizado no estado do Pará, apresentou um crescimento alarmante nas internações por acidentes de moto. Entre janeiro e junho de 2024, foram registrados 448 casos, um aumento de 283% em relação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento coloca Parauapebas entre os municípios com os maiores índices de acidentes de moto no Brasil, superando cidades como o Rio de Janeiro em número de vítimas.
5. Ceará
Fortaleza, no Ceará, apresenta um cenário preocupante, com mais da metade das mortes no trânsito envolvendo ocupantes de motocicletas. O número de motocicletas na cidade cresceu cerca de 46% entre 2014 e 2023, e a proporção de motos detectadas nos equipamentos de fiscalização eletrônica aumentou de 11% em 2019 para 22% em 2024.
6. Mato Grosso do Sul
Em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa registrou 3.921 vítimas de acidentes com motocicletas entre janeiro e novembro de 2024, representando 70% dos atendimentos de trauma do hospital. Os acidentes envolvendo motos são geralmente graves, exigindo recursos hospitalares significativos e contribuindo para o aumento da fila de cirurgias ortopédicas.
7. Outros estados com dados relevantes
- Amazonas: Em Manaus, a capital do estado, o trânsito matou 113 pessoas em 2024, sendo que a maioria das vítimas era motociclista. O aumento nas mortes de motociclistas foi de 31% em comparação com o ano anterior.
- Rio de Janeiro: O estado registrou um aumento de 19% no número de acidentes de moto em 2024, com mais de 20 mil ocorrências. O crescimento da frota de motocicletas e a falta de fiscalização contribuem para esse cenário.
- Minas Gerais: Em Sorocaba, o número de acidentes fatais com motos aumentou 400% em 2024, destacando-se como uma das cidades com maior crescimento nas mortes de motociclistas.
Causas e fatores contribuintes
Diversos fatores contribuem para o elevado número de acidentes fatais envolvendo motocicletas:Zé Dudu+1Midiamax Notícias+1
- Infraestrutura inadequada: Muitas rodovias e vias urbanas não possuem sinalização adequada, faixas exclusivas ou condições de tráfego seguras para motociclistas.
- Falta de fiscalização: A ausência de fiscalização eficaz permite que motoristas e motociclistas infrinjam as leis de trânsito, aumentando o risco de acidentes.
- Inexperiência dos condutores: A falta de treinamento e experiência de muitos motociclistas contribui para a ocorrência de acidentes.
- Uso inadequado de equipamentos de segurança: O não uso de capacetes e outros equipamentos de proteção aumenta a gravidade dos acidentes.
- Imprudência no trânsito: Comportamentos como excesso de velocidade, ultrapassagens arriscadas e uso de celular durante a condução são comuns entre motociclistas
Medidas para Redução dos Acidentes de Moto
Especialistas sugerem diversas medidas para reduzir o número de acidentes fatais envolvendo motocicletas:
- Melhoria da infraestrutura: Investir na melhoria das condições das rodovias e vias urbanas, incluindo a instalação de sinalização adequada e a construção de faixas exclusivas para motocicletas.
- Aumento da fiscalização: Aumento da fiscalização para coibir infrações como excesso de velocidade, uso de celular e condução sem habilitação.
- Capacitação dos motociclistas: Oferecer programas de treinamento, reciclagem e capacitação para motociclistas, visando melhorar suas habilidades e conhecimentos sobre segurança no trânsito.
- Campanhas educativas: Órgãos de trânsito têm promovido campanhas de conscientização sobre os riscos e a importância do respeito às leis de trânsito.
Impacto no sistema de saúde
Os acidentes com motocicletas sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS), com custos elevados para o tratamento de vítimas. Estudos indicam que um acidente grave pode custar até R$ 125.133,91 aos cofres públicos. Além disso, as sequelas mais graves incluem perda permanente de mobilidade, amputações e dor crônica, afetando significativamente a qualidade de vida das vítimas.
Medidas precisam ser tomadas para diminuir número de mortes
Os dados de 2024 e 2025 revelam um cenário alarmante em relação aos acidentes fatais envolvendo motocicletas no Brasil. Estados como São Paulo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará e Pará destacam-se pelos elevados índices de mortes e internações. É imperativo que medidas eficazes sejam implementadas para reverter essa situação, incluindo ações de conscientização, fiscalização rigorosa, melhorias na infraestrutura e capacitação dos motociclistas. Somente com um esforço conjunto