As redes sociais desempenham um papel fundamental na forma como a sociedade percebe a segurança pública e as questões relacionadas à violência. Com o aumento da popularidade dessas plataformas, como Facebook, X e Instagram, o compartilhamento de notícias, vídeos e opiniões sobre segurança se intensificou, impactando diretamente a percepção pública. No entanto, a disseminação de informações nas redes sociais nem sempre é precisa, e isso pode gerar distorções na forma como as pessoas enxergam a realidade sobre a segurança em suas comunidades.

Impacto das redes sociais na percepção de violência
A influência das mídias sociais na percepção de violência é um fenômeno crescente. Vídeos de crimes e confrontos violentos, muitas vezes gravados por cidadãos e compartilhados rapidamente nas plataformas, têm o poder de amplificar a sensação de insegurança, mesmo quando os dados de criminalidade mostram uma tendência de queda. O impacto visual e emocional desses conteúdos pode criar um cenário de terror, fazendo com que as pessoas acreditem que a violência está mais presente em sua rotina do que realmente está.
Embora as redes sociais ofereçam um espaço democrático para o compartilhamento de informações, elas também são suscetíveis à desinformação. Notícias falsas e boatos sobre crimes podem se espalhar com grande velocidade, gerando pânico e um medo desproporcional entre a população. Esse tipo de conteúdo pode distorcer a percepção de segurança, alimentando estereótipos e ampliando o receio sobre áreas ou grupos específicos, muitas vezes sem uma base factual. A dificuldade em verificar a veracidade das informações é um dos principais desafios que os cidadãos enfrentam na era digital.
As redes sociais não apenas moldam a percepção da violência, mas também influenciam comportamentos sociais. Em muitos casos, o compartilhamento de experiências pessoais de medo ou de denúncias sobre crimes nas plataformas pode gerar uma “psicose coletiva”. As pessoas, ao se exporem a conteúdos negativos de forma contínua, podem começar a adotar hábitos de prevenção exagerados, como evitar certos locais ou mudar sua rotina para minimizar riscos que, muitas vezes, são mais percebidos do que reais. Este fenômeno contribui para uma sensação generalizada de insegurança, que pode ser amplificada pelo simples fato de que “todos estão falando sobre isso”.

A necessidade de alfabetização digital para combater a desinformação
Com o aumento da influência das redes sociais, torna-se essencial promover a alfabetização digital entre a população. Saber como identificar fontes confiáveis, verificar informações e compreender os impactos emocionais dos conteúdos compartilhados são habilidades que podem ajudar a reduzir os efeitos negativos do compartilhamento de notícias sobre segurança. A educação digital pode ser uma ferramenta poderosa para evitar que as pessoas se deixem levar por pânicos infundados e tomem decisões baseadas em informações equivocadas.
A relação entre as redes sociais e a segurança pública é complexa e multifacetada. Embora as plataformas digitais tenham o poder de informar, elas também podem distorcer a realidade e contribuir para uma visão distorcida sobre a violência. A chave para uma percepção de segurança mais equilibrada está na capacidade da sociedade de filtrar e contextualizar as informações que circulam nas redes sociais, sem deixar que o medo amplificado por essas plataformas domine as decisões e atitudes cotidianas. A responsabilidade de oferecer um conteúdo mais preciso e construtivo, portanto, não deve cair apenas sobre os usuários, mas também sobre as próprias plataformas e os órgãos responsáveis pela segurança pública.