O ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello está preso em Maceió desde a noite desta quinta-feira (24/04/2025). A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após o Tribunal rejeitar o segundo recurso da defesa do político alagoano. A prisão de Fernando Collor envolve caso de corrupção e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobras.
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Prisão de Fernando Collor: 8 anos
Assim, ele começou a cumprir a pena de 8 anos e 10 meses “de imediato”, conforme orientação do magistrado. Aos 75 anos, a prisão de Fernando Collor o coloca como o terceiro ex-presidente da República nessa situação. Antes dele, Lula e Temer passaram por essa condição, embora sem condenação efetiva.
O caso da prisão de Fernando Collor, diz respeito a um processo que se iniciou na Operação Lava-Jato, uma derivação, na verdade. A base partiu de uma denúncia que ocorreu em 2015, por intermédio da Procuradoria-Geral da República. Como na época ele era senador, o caso caiu direto no STF, em razão do foro privilegiado. Collor, então, passou a responder à ação ainda em seu exercício no Senado.

De acordo com as investigações, o senador usou de sua influência para favorecer a empresa UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora. Collor usou seu status político para indicar gestores na empresa pública. Daí para ter poder sobre contratos foi apenas questão de tempo e estratégia. Graças a esse poder de influência, o ex-presidente teria se beneficiado com algo em torno de R$ 20 milhões.
O esquema veio abaixo quando a Operação Lava-Jato começou a ouvir delatores, como o doleiro Alberto Youssef e outros envolvidos no caso. Assim, a Polícia Federal abriu uma nova frente de investigação, que culminou com Fernando Collor preso.
É o segundo grande escândalo criminoso envolvendo o nome do ex-presidente. O mais marcante desencadeou sua renúncia, em 1992. Collor se elegeu em 1989, numa disputa com Luiz Inácio Lula da Silva pela Presidência da República. O principal elemento para toda a crise econômica e política que tirou o presidente do cargo foi o próprio irmão, Pedro Collor de Mello, em uma série de denúncias.
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O capítulo derradeiro dessa história foi o suposto assassinato de Paulo César Farias, o PC, em junho de 1996. Braço direito e chefe da campanha de Fernando Collor, foi encontrado morto, junto à sua namorada Suzana Marcolino, na praia de Guaxuma em 1996.
Investigações do legista Badan Palhares deram como resultado que Suzana Marcolino matou PC Farias e se suicidou em seguida. No entanto, ainda hoje esse desfecho gera controvérsias.