Nascido em 1960 na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, Anthony William Matheus de Oliveira, mais conhecido como Anthony Garotinho, iniciou sua trajetória pública como radialista antes de ingressar na política. Sua carreira política começou nos anos 1980, primeiro no PT, mas logo em seguida no Partido Democrático Trabalhista (PDT), inspirado pelas ideias de Leonel Brizola.

Em 1989, Garotinho foi eleito prefeito de Campos dos Goytacazes. Ficou no cargo até 1991. Desde então, construiu uma carreira política marcada por momentos de grande popularidade, mas também por polêmicas e desafios judiciais.
Concorreu ao governo do Rio de Janeiro em 1994, sendo o segundo candidato mais votado. O eleito, na ocasião, foi o ex-prefeito da capital Marcello Alencar. Quatro anos depois, concorreu novamente e, com uma ampla coalizão de partidos de esquerda (incluindo PDT, PT, PSB e PCdoB), foi eleito, derrotando no segundo turno, Cesar Maia.
O governo do Estado do Rio de Janeiro e suas principais obras
Exerceu entre 1999 e 2002. Seu governo teve como foco programas sociais e infraestruturais, incluindo iniciativas voltadas para a educação e segurança pública. Entre suas principais realizações, destacam-se:
- Cheque Cidadão: Programa de transferência de renda que beneficiou milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social.
- Ampliação do Ensino Técnico: Investimentos na rede de ensino técnico para preparar jovens para o mercado de trabalho.
- Reforma na Segurança Pública: Medidas voltadas para a capacitação de policiais e aquisição de equipamentos.
- Investimentos em Infraestrutura: Obras de revitalização urbana e melhoria na mobilidade do estado.
Apesar das conquistas, sua gestão também foi alvo de críticas, especialmente no que tange às finanças do estado e à transparência dos investimentos.
Disputas eleitorais e influência política
Após deixar o governo estadual, Garotinho concorreu à Presidência da República em 2002 pelo PSB, alcançando o terceiro lugar na disputa, com mais de 15 milhões de votos. Mesmo sem sucesso, consolidou-se como uma figura de peso na política nacional.
Nos anos seguintes, ele e sua esposa, Rosinha Garotinho, mantiveram forte presença na política do Rio de Janeiro. Rosinha foi eleita governadora do estado em 2002 e prefeita de Campos dos Goytacazes em duas ocasiões, demonstrando o poder da família Garotinho na região.

Controvérsias e enfrentamentos com a Justiça
Ao longo dos anos, Anthony Garotinho foi alvo de diversas investigações e processos judiciais, muitos deles relacionados a acusações de corrupção e abuso de poder político. Alguns dos casos mais conhecidos incluem:
- Condenação por Compra de Votos: Em 2017, Garotinho foi condenado por liderar um esquema de compra de votos em Campos dos Goytacazes.
- Operação Chequinho: Investigação sobre o uso indevido do programa Cheque Cidadão em benefício eleitoral.
- Prisão Preventiva: Foi preso algumas vezes por suspeitas de corrupção e outros crimes, mas obteve habeas corpus posteriormente.
- Conflitos com a Justiça Eleitoral: Diversas contestações sobre suas candidaturas e gestões foram levantadas ao longo dos anos.
Legado e perspectivas futuras
Mesmo com as controvérsias, Anthony Garotinho permanece como uma figura influente na política fluminense. Seus apoiadores destacam sua atuação social e proximidade com a população, enquanto críticos ressaltam as diversas acusações judiciais que enfrenta.
Nos últimos anos, Garotinho tentou retomar espaço na política, seja por meio de candidaturas ou pela influência em aliados. Seu futuro político ainda é incerto, mas seu nome continua a gerar debates e polêmicas no cenário nacional.

Anthony Garotinho é um dos políticos mais emblemáticos do Rio de Janeiro, com uma trajetória marcada por altos e baixos. De radialista a governador, sua história reflete os desafios e as complexidades da política brasileira. Entre conquistas e polêmicas, seu nome segue como um dos mais comentados no meio político, despertando admiração e críticas na mesma proporção.