“Apolo” aborda os dramas de um casal transgênero no período de gestação do seu filho

Um dos documentários de destaque no segundo semestre do cinema brasileiro, “Apolo” teve novo reconhecimento em um festival. Dirigido por Tainá Müller e Isis Broken, o filme recebeu dois prêmios no 33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade.
Em cerimônia de premiação realizada na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, o trabalho conquistou o Coelho de Prata (Prêmio do Público) de Melhor Longa-Metragem Nacional. Além disto, recebeu uma Menção Honrosa do Júri na categoria de Melhor Longa-Metragem, reforçando sua força, relevância social e impacto emocional.
Júri exalta potência de “Apolo”

Os jurados apontaram o que foi crucial para destinar a Menção Honrosa a “Apolo”:
“Um filme que emociona por transbordar resistência, mas, principalmente, amor, respeito e cuidado. Com uma narrativa que expõe a intimidade de forma corajosa para denunciar violências institucionais, mas é amarrada pelo amor entre o casal e o acolhimento da família de ambos, este trabalho firma sua relevância pela riqueza de imagens e a potência não apenas de levantar o debate acerca das famílias transcentradas, mas de trazer esperanças para o que há por vir. No país que, no presente, mais mata pessoas trans no mundo, este filme reescreve a história por meio de uma carta para o futuro.
Um futuro no qual a existência e o afeto entre famílias LGBTQIAPN+, e principalmente entre pessoas trans, deverá ser não apenas respeitado, mas celebrado. O filme é um registro histórico, uma carta de amor e um poético manifesto do futuro que é escrita como uma carta para esta vida tão aguardada e que tanto merece ser celebrada.”
Diretoras valorizam reconhecimento para “Apolo”
O novo reconhecimento para “Apolo” é visto com carinho pelas diretoras, que no mês anterior viram o filme receber o Troféu Redentor de Melhor Documentário no Festival do Rio. A atriz Tainá Müller destacou como é ver seu projeto de estreia na direção de cinema ter tamanho reconhecimento.
-Durante meu tempo como repórter da MTV, sempre buscava trazer alguma poesia para as reportagens que fazia sobre música, mas os 20 anos que me dediquei inteiramente à carreira de atriz acabaram deixando para trás essa minha raiz no audiovisual. Durante a pandemia foi justamente quando essa inquietação de contar histórias de forma mais autoral voltou a “bater na minha porta” – disse.
A atriz e cantora Isis Broken conta como foi seu olhar de diretora ao retratar a história da sua família em “Apolo”:
-Todos os momentos tiveram suas particularidades e dificuldades, porque estávamos expondo a nossa família, que vivia um preconceito muito grande. Apesar de tudo, sabíamos que não estávamos sozinhes, tínhamos amor, coragem e o apoio de muitas pessoas que acreditam na luta por respeito e dignidade – disse.
Quando “Apolo” estreia nos cinemas?
O documentário mostra a gestação de Apolo e reflete sobre os diferentes dramas de um casal transgênero: Isis Broken e Lourenzo Gabriel. O filme chega aos cinemas em 27 de novembro.