A profissão de síndico profissional vem se consolidando como uma das mais promissoras no setor de gestão imobiliária e condominial. Com o crescimento acelerado de edifícios residenciais e comerciais nas grandes cidades brasileiras, a demanda por uma administração técnica, eficiente e legalmente embasada se tornou uma exigência em muitos condomínios. Mas afinal, o que é necessário para seguir carreira como síndico profissional? Neste artigo, explicamos todos os passos, requisitos legais, formação desejável, habilidades técnicas e interpessoais, além de tendências e oportunidades de atuação nessa função em crescimento.
Veja também:
- Orientação profissional: como escolher a carreira ideal e alcançar sucesso
- Salário mínimo: projeção para os próximos anos e como o governo calcula o valor
- Limites: o que significa dizer ‘não’ às crianças segundo a psicologia

O que faz um síndico profissional?
O síndico profissional é o responsável legal pela gestão administrativa, financeira, operacional e jurídica de um condomínio — sem, necessariamente, ser morador do prédio. Ao contrário do síndico convencional (geralmente eleito entre os condôminos), o profissional é contratado para aplicar conhecimentos técnicos e boas práticas de gestão para garantir o bom funcionamento do empreendimento.
Ele atua como uma ponte entre condôminos, administradoras, fornecedores e órgãos públicos, garantindo que todas as obrigações legais e operacionais estejam em dia. Isso envolve desde a contratação de serviços terceirizados até a mediação de conflitos internos, passando por gestão de contratos, folha de pagamento de funcionários, controle orçamentário e prestação de contas.
A profissão é regulamentada?
Atualmente, a atividade de síndico profissional não é regulamentada por um conselho de classe como a OAB ou o CREA. Contudo, a função está amparada pelo Código Civil, especialmente nos artigos 1.347 a 1.358, que tratam da administração de condomínios. O artigo 1.347, por exemplo, permite que o síndico seja pessoa física ou jurídica, moradora ou não do edifício, desde que eleito em assembleia.
Apesar da ausência de regulamentação formal, há exigências legais e boas práticas que precisam ser observadas. Muitos condomínios, inclusive, estabelecem critérios mínimos no edital de convocação para contratação de síndico profissional, como formação específica, experiência prévia e apresentação de propostas técnicas.
Formação e qualificação: preciso ter curso superior?
Não é obrigatório ter ensino superior para ser síndico profissional, mas a formação técnica é cada vez mais valorizada. Existem cursos livres de formação em sindicância profissional oferecidos por instituições como:
- Secovi-SP (Sindicato da Habitação)
- GaborRH
- Escola Paulista de Direito (EPD)
- Instituto Pró-Síndico Brasil
- ABRASSP (Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais)
Esses cursos abordam temas como:
- Legislação condominial e trabalhista
- Gestão financeira
- Manutenção predial preventiva e corretiva
- Mediação de conflitos
- Segurança patrimonial
- Ética profissional
Além disso, profissionais com formações em áreas como administração, engenharia, contabilidade, direito ou gestão de pessoas têm mais facilidade para se destacar na área, devido à complexidade da função.
Certificações valorizadas
Apesar de não obrigatórias, certificações profissionais podem aumentar significativamente a credibilidade do síndico. Entre as mais conhecidas estão:
- Certificação Síndico 5 Estrelas (ABRASSP)
- Síndico Profissional Certificado (SPC)
- Certificado de Qualificação Profissional em Gestão Condominial (Secovi-SP)
Perfil do síndico profissional: quais habilidades são necessárias?
O síndico profissional moderno precisa dominar tanto competências técnicas quanto interpessoais. Segundo a ABRASSP, o perfil ideal exige:
- Capacidade de liderança e negociação
- Conhecimento jurídico e contábil básico
- Visão estratégica
- Boa comunicação interpessoal
- Gestão de conflitos
- Organização e foco em resultados
- Resiliência emocional
Além disso, com a digitalização dos processos, é importante ter familiaridade com ferramentas de gestão online, como plataformas para prestação de contas, controle de inadimplência e envio de comunicados.

Quanto ganha um síndico profissional?
A remuneração varia de acordo com o porte do condomínio, a localização e a complexidade da gestão. Em média, os honorários ficam entre R$ 2 mil a R$ 10 mil por condomínio, podendo ser ainda maiores em empreendimentos de alto padrão. Muitos profissionais administram de 3 a 10 condomínios simultaneamente, o que pode elevar consideravelmente seus rendimentos mensais.
De acordo com dados da Secovi-SP, um síndico profissional que atua com 5 condomínios de médio porte pode obter renda mensal superior a R$ 20 mil.
Como começar na profissão?
Para quem deseja ingressar na área, os primeiros passos recomendados incluem:
- Realizar um curso especializado de formação
- Obter certificações de instituições reconhecidas
- Criar um portfólio com plano de gestão e exemplos de atuação
- Participar de redes de networking e associações da área
- Oferecer serviços a condomínios menores como experiência inicial
- Divulgar o trabalho por meio de sites, redes sociais e marketplaces especializados
Uma dica importante é buscar mentoria de profissionais experientes, além de acompanhar conteúdos atualizados sobre o setor, como os disponibilizados pelo Portal SíndicoNet, Condomeeting e o próprio Secovi-SP.
A crescente profissionalização da sindicância no Brasil
Segundo a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), a profissionalização da sindicância é uma tendência crescente, motivada pela complexidade crescente da gestão condominial e pela exigência de prestação de contas mais transparente.
“Hoje em dia, os condomínios são verdadeiras empresas, com orçamento milionário, funcionários, contratos e responsabilidades civis sérias. A figura do síndico amador tende a desaparecer em médio prazo”, afirma Marcelo Gonçalves, especialista em gestão condominial e professor no Secovi-SP.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o aumento da judicialização de conflitos condominiais e a busca por eficiência na administração são fatores que têm acelerado essa transformação.
Desafios da profissão
Apesar do potencial de crescimento, a função de síndico profissional também envolve altas responsabilidades e pressões constantes. Entre os principais desafios estão:
- Gestão de conflitos entre condôminos
- Cobrança de inadimplentes
- Cumprimento de legislações trabalhistas e fiscais
- Tomada de decisões impopulares
- Gerenciamento de crises, como vazamentos, acidentes ou furtos
Além disso, o profissional deve estar sempre atualizado sobre mudanças legais, normas técnicas e práticas de mercado, o que exige estudo contínuo.

Vale a pena investir na carreira de síndico profissional?
Para quem tem perfil de liderança, organização, resiliência e interesse em gestão, a carreira de síndico profissional pode ser altamente rentável e estável. O mercado está em expansão, especialmente nas grandes cidades e regiões metropolitanas, onde há maior concentração de condomínios verticais.
Segundo a ABRASSP, estima-se que existam mais de 400 mil condomínios no Brasil, e menos de 10% contam com síndicos profissionais — o que demonstra o tamanho da oportunidade.
“É uma profissão que exige responsabilidade, mas oferece liberdade de agenda, retorno financeiro relevante e reconhecimento. O segredo está em tratar o condomínio como uma empresa e os moradores como clientes”, pontua Luciana Farias, síndica profissional há 12 anos e palestrante no Congresso Nacional de Síndicos Profissionais.
Tornar-se síndico profissional é uma excelente oportunidade para quem deseja empreender com responsabilidade, atuando na administração de patrimônios coletivos e na melhoria da qualidade de vida em condomínios. Com capacitação adequada, certificações e atitude proativa, é possível construir uma carreira sólida e respeitada neste segmento.
Se você busca uma nova profissão ou uma transição de carreira com bom retorno financeiro e impacto social direto, a sindicância profissional pode ser o caminho ideal.