A direção do Colégio PH, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, afastou quatro alunos do 8º e 9º anos após denúncias graves envolvendo a prática de um suposto “pedágio de banheiro”. Segundo relatos de pais e responsáveis, os estudantes exigiam pagamento de colegas mais novos para que tivessem acesso ao banheiro da unidade.
De acordo com as denúncias recebidas pela coordenação, alunos que se recusavam a pagar o tal pedágio de banheiro eram vítimas de constrangimento público. Em alguns casos, os agressores teriam chegado ao ponto de arrancar as roupas das vítimas nos corredores do colégio, em frente a outros colegas. A situação alarmante foi levada à direção por responsáveis de diferentes turmas, o que motivou uma ação imediata por parte da instituição.
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Nota oficial, o Colégio PH
“Não toleramos qualquer tipo de intimidação em nossas unidades e estamos tratando o caso com a seriedade que ele exige. Os alunos citados estão afastados temporariamente enquanto conduzimos uma apuração detalhada dos fatos.”
A escola informou ainda que está adotando sanções disciplinares e medidas educativas em relação aos envolvidos, além de oferecer apoio psicológico às vítimas e orientação às famílias.
Especialistas em educação e segurança escolar reforçam que casos como o do pedágio de banheiro em escola devem ser tratados com transparência, celeridade e responsabilidade. Segundo a pedagoga Cláudia Menezes, consultora em convivência escolar, práticas como essa configuram bullying institucionalizado e ferem os princípios do ambiente educacional:
“Quando um estudante se sente intimidado ou coagido a pagar para usar um espaço público da escola, como o banheiro, estamos diante de uma violação grave de direitos e da dignidade infantojuvenil. A escola precisa agir com rigor e, ao mesmo tempo, trabalhar a cultura do respeito e da empatia entre os alunos.”
A legislação brasileira, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), determina que nenhuma criança ou adolescente pode ser submetido a tratamento vexatório ou constrangedor em ambientes escolares. Além disso, o ambiente educacional deve ser um espaço seguro para o pleno desenvolvimento físico, psicológico e social dos estudantes.
Pedágio de banheiro: bullying
O caso reacende o debate sobre o papel das instituições de ensino na prevenção e no combate ao bullying e à violência simbólica entre estudantes. O termo “pedágio de banheiro”, embora não previsto formalmente na legislação, vem sendo usado para descrever práticas abusivas que envolvem coação, humilhação e extorsão entre estudantes.
A equipe pedagógica do colégio afirmou estar promovendo ações internas para reforçar a cultura de respeito e inclusão, com rodas de conversa, palestras e capacitação de professores e coordenadores. A escola também encorajou outros alunos a denunciarem qualquer situação de abuso ou intimidação.
Este episódio serve de alerta para pais, educadores e gestores escolares sobre a importância de manter canais de escuta ativa e ações preventivas, garantindo um ambiente escolar saudável e livre de violência.