O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é responsável por administrar os benefícios previdenciários de milhões de brasileiros. No entanto, nos últimos anos, o órgão tem enfrentado sérios problemas relacionados a fraudes que comprometem sua credibilidade e causam prejuízos significativos aos cofres públicos. Em 2025, um escândalo de grandes proporções veio à tona, revelando um esquema criminoso que desviou bilhões de reais por meio de descontos irregulares em aposentadorias e pensões. Confira a dimensão desse problema, os dados atualizados sobre o rombo financeiro causado pelas fraudes e as implicações para o sistema previdenciário brasileiro.

1. O tamanho da operação do INSS:
O INSS é uma das maiores instituições públicas do Brasil, responsável por uma vasta gama de serviços e pagamentos. Em 2024, o instituto registrou um total de R$ 3,07 bilhões em descontos para mensalidades associativas, com uma média de R$ 43,12 por mês por beneficiário. Embora parte desses descontos seja legítima, uma auditoria revelou que 54,56% das solicitações de exclusão de descontos não possuíam documentação válida, indicando a existência de práticas fraudulentas em larga escala e a fragilidade nos controles internos do sistema. Desse total, pelo menos R$ 45,5 milhões são considerados irregulares.
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2. O escândalo da fraude no INSS em 2025:
Em abril de 2025, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram a “Operação Sem Desconto”, que revelou um esquema criminoso envolvendo descontos irregulares em aposentadorias e pensões. O prejuízo estimado para os cofres públicos é de aproximadamente R$ 8 bilhões, afetando cerca de 9 milhões de beneficiários. A operação resultou no afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na prisão de envolvidos no esquema.

3. Como funcionava o esquema de fraude:
O esquema operava por meio de entidades associativas que realizavam descontos diretamente na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas, sem a devida autorização. Essas entidades alegavam oferecer serviços como assessoria jurídica, planos de saúde e academias, mas muitos beneficiários não tinham conhecimento ou consentimento para tais cobranças. A falta de fiscalização eficaz por parte do INSS facilitou a proliferação dessas práticas fraudulentas.
4. O impacto financeiro das fraudes:
As fraudes no INSS não apenas comprometem a confiança dos beneficiários, mas também resultam em prejuízos financeiros significativos. Além dos R$ 8 bilhões desviados identificados pela “Operação Sem Desconto”, auditorias anteriores apontaram descontos indevidos que somam R$ 45,5 milhões entre janeiro de 2023 e maio de 2024. Esses valores representam uma parte considerável dos recursos destinados à seguridade social, prejudicando a sustentabilidade do sistema previdenciário.
5. Categorias mais afetadas pelas fraudes:
As fraudes no INSS atingem principalmente aposentados e pensionistas, que são os grupos mais vulneráveis e menos propensos a contestar descontos indevidos. Entidades investigadas, como a Conafer, Ambec e Contag, foram responsáveis por grande parte dos descontos irregulares, afetando milhões de beneficiários em todo o país.
6. Medidas adotadas para combater as fraudes:
Em resposta ao escândalo, o INSS implementou diversas medidas para fortalecer o controle e prevenir novas fraudes. Uma das principais ações foi a exigência de biometria para autorizar novos descontos, garantindo que apenas os beneficiários que realmente consentiram com as cobranças sejam afetados. Além disso, o INSS tem intensificado a fiscalização das entidades associativas e colaborado com órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União, para identificar e punir os responsáveis pelas fraudes.
7. O papel das entidades associativas:
As entidades associativas desempenham um papel importante na oferta de serviços aos aposentados e pensionistas. No entanto, a falta de regulamentação e fiscalização adequadas permitiu que algumas delas se aproveitassem da situação para realizar cobranças indevidas. É fundamental que haja uma revisão nos contratos firmados entre essas entidades e o INSS, estabelecendo critérios claros e transparentes para os descontos, além de mecanismos eficazes de controle e auditoria.

8. A importância da transparência e da fiscalização:
A transparência na gestão dos recursos públicos e a fiscalização rigorosa são essenciais para prevenir fraudes e garantir a eficiência do sistema previdenciário. A colaboração entre o INSS, órgãos de controle e a sociedade civil é fundamental para identificar irregularidades e responsabilizar os envolvidos. Além disso, é necessário investir em tecnologia e capacitação dos servidores para aprimorar os processos de controle e auditoria.
Prejuízos comprometem o sistema previdenciário brasileiro
O escândalo de fraudes no INSS revela falhas graves na gestão e fiscalização dos recursos destinados à seguridade social. Os prejuízos financeiros causados comprometem a sustentabilidade do sistema previdenciário e afetam milhões de brasileiros que dependem dos benefícios para sua sobrevivência. É imperativo que o INSS adote medidas eficazes para combater as fraudes, fortalecer o controle interno e garantir a transparência na gestão dos recursos públicos. Somente assim será possível restaurar a confiança da população no sistema previdenciário e assegurar a proteção social dos cidadãos.