O Estado do Rio de Janeiro contabilizou, entre janeiro e setembro de 2025, um recorde na apreensão de fuzis desde o início da série histórica do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2007. De acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira (20), as polícias Civil e Militar retiraram das ruas 593 fuzis, uma média de 2 por dia.

No ano passado, o mesmo período teve 577 apreensões de fuzis. Considerando pistolas e revólveres, o total de armas de fogo retiradas de circulação em 2025 até agora chega a 4.591.
Além disso, os índices de criminalidade patrimonial também caíram em setembro. Afinal, os roubos de carga sofreram queda de 46% em relação ao mesmo período do ano passado, recuando de 339 para 192 casos, o menor indicador para o mês desde 2023.
O levantamento mostra outros dados importantes. Por exemplo, os roubos de veículos diminuíram 42%: de 3.094 para 1.801 casos. Já os roubos de rua tiveram queda de 14%, ainda com 4.448 registros em 2025, contra 5.189 em 2024.
Leia Mais:
- Polícia investiga relação de Léo Moura com empresa alvo de ação contra apostas ilegais
- Como o policiamento comunitário pode ajudar a reduzir a violência nos bairros
- Criminosos no Rio usam viatura policial clonada para roubo de cargas
De janeiro a setembro, os roubos de veículos recuaram 19%, passando de 21.243 para 17.144 casos.
“Os crimes contra o patrimônio impactam diretamente na sensação de segurança da população. O trabalho conjunto da Polícia Civil, da Polícia Militar e do ISP tem permitido decisões baseadas em dados e ações mais precisas. Nosso foco é reduzir os crimes e aumentar a produtividade policial. Vamos continuar trabalhando e investindo cada vez mais para isso”, informou o governador Claudio Castro.
O ISP indicou ainda 12.898 veículos recuperados, 31.691 prisões em flagrante, 19.114 apreensões de drogas e 4.591 armas retiradas das ruas nos nove primeiros meses do ano.
Outro dado importante foi a queda por morte por intervenção de agente do Estado, passando de 558 em 2024 para 519 neste ano. Os casos de latrocínio também tiveram redução de 20%, recuando de 2 vítimas neste ano para 65 em 2024.
Segundo a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, os resultados positivos são frutos de um planejamento baseado em evidências, integração e ações estratégicas.
“As reduções nos crimes contra o patrimônio e o aumento da produtividade policial reforçam o compromisso das forças de segurança com a sociedade”, afirmou.
Vale destacar que os dados divulgados pelo Instituto têm como base os registros de ocorrência feitos nas delegacias da Polícia Civil no mês de setembro.
Fuzis apreendidos no estado de São Paulo
Além das apreensões locais, o Rio lidera o ranking nacional. Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, 40% dos fuzis recuperados no Brasil até agosto foram encontrados no estado. São Paulo, o segundo colocado, registrou 310 apreensões no mesmo período.
Parte do arsenal em circulação é fruto de uma nova estratégia das quadrilhas. Os criminosos estão importando peças e montando os fuzis no país.
Na última quarta-feira (15), a Polícia Federal deflagrou a Operação Forja, para desarticular uma organização criminosa que produzia e comercializava ilegalmente armas de fogo em escala industrial. As investigações apontam que o grupo fabricava aproximadamente 3,5 mil fuzis por ano para abastecer facções do Rio de Janeiro, como o Complexo do Alemão e a Rocinha.

Em agosto deste ano, a Polícia Federal desarticulou uma nova planta industrial na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, em São Paulo, que operava sob a fachada de uma empresa de fabricação de peças aeronáuticas.
A ação da PF apreendeu fuzis prontos, mais de 31 mil peças e componentes, suficientes para montar dezenas de outras armas de fogo.
A organização criminosa importava os componentes dos Estados Unidos e da China, usando máquinas de alta precisão para fabricar as peças no Brasil.