O caso da mineira Laysa Peixoto, que se apresentou como astronauta da Nasa sem nunca ter sido oficialmente parte da agência espacial norte-americana, pode ser analisado sob várias lentes. Quando uma pessoa cria e sustenta uma narrativa fantasiosa sobre si mesma, há algumas possibilidades a considerar.

Especialmente algo grandioso como ser astronauta, sem que isso tenha base na realidade. Assim, algumas abordagens da psicologia podem oferecer para compreender esse tipo de comportamento de Laysa Peixoto.
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Mitomania (ou pseudologia fantástica)
O mestre em Psicologia Clínica e especialista em psicopatologia, Dr. Rodrigo Fonseca tem estudos a respeito. Ele afirma que a pseudologia fantástica, ou mitomania, é caracterizada por mentiras crônicas e elaboradas que muitas vezes envolvem elementos de grandiosidade. O mitômano pode até acreditar parcialmente nas histórias que inventa.
Conforme Fonseca, que é mestre pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), “a mitomania não é apenas um hábito de mentir, mas um padrão psicológico profundamente enraizado. Geralmente é associado à tentativa de suprir carências emocionais ou construir uma identidade mais aceitável ou admirável perante os outros”. Ele enfatiza que o tratamento deve envolver psicoterapia contínua, com foco no fortalecimento da autoestima e no reconhecimento da realidade.
Transtornos de personalidade

Alguns transtornos de personalidade podem estar associados a esse tipo de comportamento:
Transtorno de personalidade narcisista: A pessoa sente necessidade de admiração e pode criar narrativas exageradas para manter uma imagem idealizada de si mesma.
Transtorno de personalidade histriônica: Envolve busca constante de atenção e validação, muitas vezes através de comportamentos ou histórias chamativas e exageradas.
Desejo de pertencimento e reconhecimento
Em muitos casos, a motivação pode estar ligada a uma necessidade profunda de ser valorizado ou aceito por determinados grupos sociais. Isso pode ser intensificado por contextos como redes sociais, onde prestígio e sucesso são altamente valorizados e facilmente simulados.
Fuga da realidade ou construção de identidade
Alguns indivíduos usam essas fantasias como uma forma de escapar de uma realidade que consideram insatisfatória. A construção de uma identidade paralela pode oferecer alívio temporário para sentimentos de inadequação, fracasso ou invisibilidade social.
Imaturidade emocional ou falta de autoconhecimento
Em certos casos, a pessoa pode não ter plena consciência do impacto das mentiras que conta, agindo mais por imaturidade ou pela dificuldade de reconhecer e aceitar seus próprios limites e conquistas reais.