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Política

Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula

Vinte anos depois, o escândalo do Mensalão ainda ecoa no debate público, nos tribunais e nas memórias de uma geração que acompanhou perplexa a revelação de um mecanismo sofisticado de cooptação de apoio parlamentar
Robert Matheus FerreiraBy Robert Matheus Ferreira6 de junho de 2025
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Em junho de 2005, o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) acendeu um dos maiores incêndios políticos da história recente do Brasil. Ao denunciar a existência de um esquema de pagamento de mesadas a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo, ele não apenas provocou um terremoto institucional que abalou os alicerces do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como também inaugurou um novo capítulo na relação entre política, mídia e justiça no país.

Vinte anos depois, o escândalo do Mensalão ainda ecoa no debate público, nos tribunais e nas memórias de uma geração que acompanhou perplexa a revelação de um mecanismo sofisticado de cooptação de apoio parlamentar. Este especial resgata os principais acontecimentos da crise, as consequências políticas para o Governo Lula e as transformações que o caso impôs ao sistema político brasileiro.

Veja também:

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Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula
/Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula/Agência Brasil

O estopim: a entrevista-bomba de Roberto Jefferson

Foi em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada em 6 de junho de 2005, que Roberto Jefferson acusou dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) de comandar um esquema de pagamento mensal a deputados de partidos da base aliada. Segundo ele, os valores chegavam a R$ 30 mil mensais por parlamentar e eram pagos com recursos provenientes de contratos públicos.

“O PT montou um esquema de poder. Eles pagavam deputados para votar com o governo. O mensalão existe, sim, e é coisa do PT”, afirmou Jefferson na época.

Jefferson, que até então era aliado do governo, havia sido alvo de denúncias sobre desvio de recursos nos Correios, que resultariam em seu afastamento. Ao se ver pressionado, reagiu atacando frontalmente o governo do qual fizera parte da base de sustentação.

A denúncia chocou o país e rapidamente virou manchete em todos os jornais. A expressão “mensalão” foi cunhada pelo próprio deputado, e seu uso se tornou sinônimo de um dos maiores escândalos de corrupção da história do país.

Como funcionava o esquema segundo as investigações

O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigaram o caso durante anos. Em síntese, o esquema consistia no desvio de recursos públicos por meio de contratos fraudulentos com agências de publicidade, como a SMP&B, de Marcos Valério, que era o operador financeiro do mensalão.

O dinheiro era repassado a parlamentares aliados em troca de apoio a votações de interesse do Executivo. As investigações apontaram que o núcleo político do esquema era formado por dirigentes do PT, como José Dirceu (então chefe da Casa Civil), José Genoino (ex-presidente do partido) e Delúbio Soares (ex-tesoureiro).

O impacto no Governo Lula

Apesar de não ter sido formalmente acusado de envolvimento direto no esquema, o então presidente Lula viu sua popularidade cair bruscamente durante o auge da crise. Segundo o Instituto Datafolha, sua aprovação caiu de 57% em maio de 2005 para 28% em agosto do mesmo ano.

Em discurso à nação, Lula admitiu que se sentia traído:

“Fui traído. Traíram a confiança que o povo brasileiro me deu. Peço desculpas”, disse o presidente em pronunciamento em agosto de 2005.

A crise forçou mudanças profundas no núcleo do governo. José Dirceu foi exonerado da Casa Civil e teve o mandato cassado pela Câmara. Lula, porém, conseguiu se manter no cargo e, com habilidade política, reverteu o cenário adverso para vencer as eleições presidenciais de 2006.

O julgamento do século

Em 2012, sete anos após as denúncias, o STF iniciou o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como o “julgamento do mensalão”. O caso ganhou dimensão inédita na história do Judiciário brasileiro e foi o primeiro grande processo penal transmitido ao vivo pela televisão.

Entre os réus estavam figuras centrais do PT e de outros partidos da base governista. O julgamento terminou com a condenação de 25 dos 38 réus. As penas variaram de multa até mais de dez anos de prisão.

José Dirceu, Genoino, Delúbio e Marcos Valério foram considerados culpados por corrupção ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O então presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, teve papel central no julgamento e se tornou uma das figuras mais populares do país à época.

“Este processo revelou que há um Brasil oficial e um Brasil subterrâneo. O que vimos aqui foi o uso da máquina estatal para fins espúrios”, afirmou Barbosa durante o julgamento.

Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula
Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula/Agência Brasil

As consequências políticas e institucionais

O escândalo do Mensalão teve efeitos duradouros na política brasileira:

1. Fortalecimento das instituições

O STF ganhou protagonismo ao mostrar independência e capacidade de julgar políticos poderosos. Isso elevou a confiança pública no Judiciário, ao menos temporariamente.

2. Enfraquecimento do PT

Embora Lula tenha vencido a eleição de 2006, o PT teve sua imagem abalada. O partido passou a ser alvo frequente de críticas associadas à corrupção, o que se intensificaria ainda mais com a operação Lava Jato anos depois.

3. Redefinição das alianças

A base aliada se desintegrou em parte, e novos arranjos políticos foram necessários. O PMDB ganhou mais espaço no governo e passou a atuar como força moderadora e, em certos momentos, de chantagem institucional.

Roberto Jefferson: de delator a réu

Jefferson foi cassado pela Câmara dos Deputados em setembro de 2005 por quebra de decoro parlamentar. Anos depois, acabou condenado no próprio processo do mensalão a sete anos e 14 dias de prisão, cumpridos em regime semiaberto e depois em prisão domiciliar.

Nas eleições seguintes, Jefferson se reposicionou como figura central da direita conservadora, apoiando Jair Bolsonaro e assumindo a presidência nacional do PTB. Em 2021, voltou a ser preso, desta vez por ataques às instituições democráticas, e passou a adotar um discurso ainda mais radicalizado.

Especialistas analisam os legados do Mensalão

Segundo o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Mensalão foi um divisor de águas:

“O escândalo revelou não só práticas ilícitas, mas a natureza das alianças políticas no Brasil. A dependência do presidencialismo de coalizão ficou escancarada, com todos os seus vícios.”

A jurista Eloísa Machado, professora da FGV Direito SP, destaca o papel institucional do STF:

“Foi um processo emblemático, que demonstrou a capacidade do Supremo de julgar casos complexos, embora também tenha revelado a politização do Judiciário em alguns momentos.”

A influência do Mensalão na Operação Lava Jato

A Lava Jato, deflagrada em 2014, bebeu da experiência do Mensalão. Muitos dos procuradores e investigadores usaram o caso como referência para estruturar o novo modelo de apuração. O modus operandi – como o uso de delações premiadas e o foco em operadores financeiros – foi aprimorado.

Entretanto, ao contrário do Mensalão, a Lava Jato atingiu um espectro partidário mais amplo e acabou sendo criticada por excessos, levando à anulação de parte de seus processos.

Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula
Mensalão 20 anos depois: como Roberto Jefferson deu início à maior crise política do Governo Lula/Agência Senado

O que mudou em 20 anos?

A percepção pública sobre corrupção se intensificou desde o escândalo do Mensalão. Segundo dados do Instituto Ipsos, a corrupção passou a ser apontada como um dos principais problemas do país por mais de 70% dos brasileiros durante a última década.

A Lei da Ficha Limpa, sancionada em 2010, também foi fruto indireto da mobilização popular gerada por escândalos como o Mensalão. Da mesma forma, houve um crescimento no ativismo judicial e na vigilância da mídia e da sociedade civil sobre o comportamento de agentes públicos.

Vinte anos depois, o Mensalão permanece como um marco da história política brasileira. As denúncias feitas por Roberto Jefferson, embora marcadas por motivações políticas, revelaram um sistema de poder corroído por práticas ilegais e fisiológicas.

O escândalo não apenas abalou o governo Lula e redesenhou o sistema de alianças no Congresso, mas também inaugurou uma nova era de responsabilização política e judicial. Seus desdobramentos continuam sendo sentidos na política nacional, em um país ainda em busca de um modelo mais transparente e ético de governança.

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