A ocorrência do terremoto de 8,8 graus na escala Richter, na Rússia, atiçou a curiosidade local. Afinal, qual a possibilidade de um terremoto no Rio de Janeiro ocorrer. Ou mesmo em outras regiões do Brasil? Além disso, quais efeitos – como tsunamis – poderiam causar?

O território brasileiro está fora da rota dos grandes tremores. Entretanto, não está completamente imune à atividade sísmica. Segundo especialistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), mais de 100 terremotos foram registrados no Brasil. Isso ao longo do século 20 — a maioria deles, no entanto, de baixa intensidade.
Terremoto no Rio de Janeiro em 2008
Em abril de 2008, por exemplo, um tremor de 5,2 graus na escala Richter foi sentido em diversos estados do país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. O epicentro foi localizado a cerca de 270 quilômetros da cidade de São Paulo, no oceano Atlântico. Embora sem danos estruturais graves, provocou sensação de pânico em moradores que nunca haviam presenciado um evento semelhante.

De acordo com o geofísico José Roberto Barbosa, do IAG-USP, tremores de magnitude superior a 7 graus — como os que causam grandes destruições — são extremamente improváveis no Brasil.
O território brasileiro está situado no centro da Placa Sul-Americana, muito distante das bordas onde ocorrem as maiores tensões geológicas. Isso nos coloca em uma posição relativamente segura em termos de sismos de grande escala, explica o especialista.
Mesmo assim, os abalos sísmicos de menor magnitude ocorrem com alguma frequência e, em casos pontuais, são perceptíveis à população. Terremoto no Rio de Janeiro não é algo normal. Contudo, embora não registre tremores significativos há muitos anos, o estado também não está isento de possíveis movimentações tectônicas localizadas.
A Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro informou que monitora de forma contínua os registros do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), responsável por acompanhar a atividade sísmica em território nacional. Em nota, o órgão afirma:
O Estado do Rio de Janeiro apresenta risco sísmico considerado muito baixo. Entretanto, estamos sempre atentos a qualquer variação nos dados geofísicos e contamos com protocolos preparados para emergências naturais.

O Brasil não precisa adotar medidas específicas de construção voltadas para terremotos de grande magnitude, como acontece no Japão ou no Chile. No entanto, deve considerar, nas grandes cidades, reforços básicos em edificações, especialmente em áreas de solo instável ou regiões costeiras.
O tema também desperta curiosidade na população e aumenta as buscas por termos como “terremoto no Rio de Janeiro” em ferramentas como o Google. Especialmente após abalos sísmicos como o da Rússia virarem notícia. A conscientização e a informação científica confiável, segundo especialistas, são fundamentais para evitar alarmismos e promover o preparo adequado em situações de emergência.