Uma das figuras mais conhecidas do mundo, o Papa costuma despertar curiosidade não apenas por sua liderança espiritual, mas também pela vida pessoal que leva dentro do Vaticano. Após a morte do Papa Francisco, na madrugada desta segunda-feira (21/04/2025), as muitas perguntas que surgem, uma delas chama atenção: afinal, o Papa recebe salário?
A resposta, para surpresa de muitos, é não. O líder da Igreja Católica não recebe salário pelo cargo que ocupa. Diferente de chefes de Estado, CEOs ou autoridades religiosas de outras tradições, o Papa não é remunerado financeiramente. Suas necessidades básicas são integralmente supridas pela Igreja, incluindo moradia, alimentação, vestuário, transporte e cuidados médicos.
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A morte de Papa Francisco
A morte de Papa Francisco marcou o fim de um dos pontificados mais significativos da história recente da Igreja Católica. Fiel aos seus votos jesuítas de pobreza, simplicidade e serviço, ele conquistou o respeito de católicos e não católicos ao redor do mundo por sua postura humilde, seu olhar atento aos mais vulneráveis e seu esforço constante por uma Igreja mais inclusiva.
O Vaticano confirmou o falecimento do pontífice nesta segunda-feira (21), por conta de uma infecção respiratória.
Voto de pobreza e vida simples
O Papa Francisco, atual pontífice, é o primeiro Papa jesuíta da história da Igreja. Como membro da Companhia de Jesus, ele fez voto de pobreza, compromisso que implica viver de forma simples e desapegada dos bens materiais. Isso significa que ele não possui bens pessoais e não acumula riqueza, mesmo ocupando um dos cargos mais proeminentes do planeta.
Desde sua eleição em 2013, Francisco tem demonstrado essa escolha não apenas com palavras, mas com atitudes. Ao contrário de alguns de seus antecessores, preferiu viver na Casa Santa Marta — uma residência simples dentro do Vaticano — em vez dos luxuosos aposentos papais no Palácio Apostólico. Também é conhecido por usar vestimentas modestas, abrir mão de carros oficiais sempre que possível e priorizar uma agenda voltada para os mais pobres e marginalizados.

Sustento pelo Vaticano
Embora não receba um salário, o Papa conta com toda a estrutura do Vaticano para suprir suas necessidades. A cidade-estado tem seu próprio orçamento, obtido por meio de doações, investimentos e receitas de instituições como os Museus Vaticanos e a venda de selos e moedas.
Além disso, o Papa tem acesso a um fundo específico destinado à caridade, o qual administra conforme sua missão pastoral. Com esses recursos, ele pode financiar ações em apoio a comunidades carentes, vítimas de desastres naturais, projetos humanitários e iniciativas sociais em diferentes partes do mundo.
Essa prática está alinhada à concepção do Papa como servo de Deus e dos fiéis, e não como um funcionário da Igreja. Sua missão é espiritual, voltada à condução da fé católica e à promoção da paz, justiça social e dignidade humana.
Um líder espiritual, não um executivo
Apesar de não receber remuneração, o Papa Francisco é, tecnicamente, o chefe de Estado do Vaticano, com poder executivo e legislativo, além de líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos em todo o mundo. No entanto, seu papel está longe de ser comparado ao de um executivo tradicional.
O que guia sua atuação não são metas de lucro ou remunerações, mas uma profunda vocação religiosa. Sua escolha por uma vida austera reforça a mensagem de simplicidade, compaixão e solidariedade, valores centrais da doutrina cristã.

Uma vida de serviço
A ausência de salário não significa ausência de responsabilidade. Pelo contrário, o Papa carrega uma das maiores responsabilidades espirituais e diplomáticas do planeta. Representa a Igreja em encontros internacionais, lidera decisões doutrinárias, atua como mediador em conflitos e é referência moral para milhões.
Sua vida, marcada pela renúncia a privilégios materiais, evidencia que a liderança dentro da Igreja Católica está profundamente enraizada no conceito de serviço, e não de poder.