A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou nesta terça-feira (14) uma operação contra uma quadrilha que furtou transformadores de energia. De acordo com a corporação, 775 equipamentos foram desviados de um galpão da Enel em menos de dois meses.

Policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) cumpriram dez mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Itaboraí, em locais no Rio de Janeiro, Niterói e municípios do estado de São Paulo.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações apuram crimes como furto qualificado, receptação qualificada e associação criminosa ocorridos entre 22 de junho e 10 de agosto de 2024.
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Neste período, pelo menos 775 transformadores de grande porte foram levados do almoxarifado central da Enel, que fica na Rodovia Manilha/Magé, em Itaboraí. O prejuízo com a subtração dos aparelhos é de cerca de R$ 852 mil.
As investigações apontam ainda que um funcionário da concessionária, que ficava responsável pelas movimentações de materiais, liberava irregularmente os transformadores aos sábados, permitindo a saída dos equipamentos sem registro formal.
“Esses criminosos eram funcionários da própria empresa e desviavam sorrateiramente esses transformadores. As saídas eram feitas com documentos falsos, e eles deixavam para fazer esse transporte aos sábados, onde o movimento da empresa era menor. Foram 8 sábados seguidos”, revelou o delegado Pedro Brasil.
Funcionário é desligado após furto de transformadores
Por conta das práticas irregulares, o funcionário acabou desligado da empresa e reconheceu os crimes. De acordo com a Polícia Civil, ele mantinha um padrão de vida incompatível com sua renda, com compra de franquias comerciais e veículos.

Empregados e motoristas revelaram em depoimento que os equipamentos desviados eram levados para empresas em Mairiporã e Guarulhos, em São Paulo. Um dos motoristas informou que realizava fretes desde 2023 e que, em julho do ano passado, levou transformadores recebidos na própria sede da Enel até uma companhia paulista, com pagamentos feitos via PIX e transferências bancárias.
“Esses transformadores eram levados para empresas em São Paulo e Guarulhos e eram comprados por um preço abaixo do mercado e depois revendidos”, continuou o delegado.
Assim, a DDSD conseguiu mapear a atuação da quadrilha, que incluía fases de fraude interna, logística de transporte e receptação dos equipamentos.