O salário mínimo é um dos pilares da economia brasileira, afetando diretamente a vida de milhões de trabalhadores e aposentados. Em 2025, o piso nacional foi estabelecido em R$ 1.518,00, um valor R$ 106 maior do que no ano anterior, o que representa um aumento nominal de 7,5%, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar o orçamento para este ano. O reajuste passou a valer oficialmente a partir do dia 1º de janeiro, sendo pago aos trabalhadores brasileiros em fevereiro, apesar de o presidente ter sancionado o orçamento somente em abril.

Esse reajuste foi resultado de uma fórmula que combina a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. No entanto, uma nova regra fiscal, aprovada em 2023, limitou o ganho real a 2,5%, o que resultou em um valor final de R$ 1.518,00, abaixo dos R$ 1.528,00 que seriam alcançados sem essa limitação.
O governo prevê um salário mínimo em 2026 de R$ 1.630, um aumento de 7,37%, conforme previsto pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem. De acordo com o documento, o salário mínimo 2027, 2028 e 2029 deverá ser de R$ 1.724, R$ 1.823 e R$ 1.925, respectivamente.
O salário mínimo é a base de remuneração para trabalhadores brasileiros para uma jornada de 44 horas semanais, ou 8 horas diárias, conforme estabelecido na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O valor serve de comparação para o reajuste dos vencimentos do funcionalismo público, para fixar aposentadorias e de benefícios sociais concedidos pelo governo federal, como o Bolsa Família.
A fórmula de cálculo do salário mínimo
A definição do valor do salário mínimo no Brasil segue uma metodologia estabelecida por lei. A cada ano, o governo calcula o reajuste com base em dois componentes principais:
- Inflação (INPC): O INPC é utilizado para corrigir o valor do salário mínimo de acordo com a variação dos preços ao consumidor, garantindo que o poder de compra do trabalhador seja mantido.
- Crescimento do PIB: O crescimento do PIB de dois anos antes é incorporado para refletir o desempenho econômico do país, permitindo que o salário mínimo acompanhe o crescimento da economia.
No entanto, a partir de 2025, uma nova regra fiscal entrou em vigor, estabelecendo um limite para o ganho real do salário mínimo. Essa medida foi adotada para controlar os gastos públicos e garantir a sustentabilidade fiscal.

Impactos econômicos e sociais do reajuste
O reajuste do salário mínimo tem efeitos significativos na economia e na sociedade. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento de R$ 1.412,00 para R$ 1.518,00 em 2025 impactou diretamente cerca de 59,9 milhões de brasileiros, incluindo aposentados, trabalhadores formais, informais e domésticos. Esse reajuste resultou em um incremento de R$ 81,5 bilhões na renda da população, além de R$ 43,9 bilhões em arrecadação tributária sobre o consumo.
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Além disso, o aumento do salário mínimo também acarreta custos adicionais para a Previdência Social. Estima-se que o impacto anual seja de aproximadamente R$ 38,9 bilhões, considerando o aumento no valor dos benefícios pagos aos aposentados e pensionistas.
A importância do salário mínimo para a economia
O salário mínimo desempenha um papel crucial na economia brasileira. Ele serve como referência para diversos benefícios trabalhistas e previdenciários, como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e abono salarial. Além disso, influencia a negociação de salários em categorias profissionais e afeta o consumo das famílias de baixa renda.
Especialistas apontam que o reajuste do salário mínimo pode ter efeitos multiplicadores na economia. Ao aumentar a renda das famílias, há um estímulo ao consumo, o que pode impulsionar a produção e gerar mais empregos. No entanto, é importante que o reajuste seja equilibrado para evitar pressões inflacionárias que possam comprometer o poder de compra da população.

Perspectivas futuras
A partir de 2025, a política de reajuste do salário mínimo passou a ser definida por uma nova regra fiscal, estabelecendo limites para o ganho real. Essa medida visa controlar os gastos públicos e garantir a sustentabilidade fiscal do país. Segundo o secretário executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, “nos últimos anos, a gente vem trabalhando para reduzir o risco fiscal e também aumentar a credibilidade da política econômica e, em especial, da política fiscal”.
Essa mudança na política de reajuste do salário mínimo reflete um esforço do governo para equilibrar as contas públicas, mas também levanta questões sobre o impacto na renda dos trabalhadores e na economia como um todo. Especialistas sugerem que é necessário monitorar de perto os efeitos dessa nova regra para avaliar se ela atende aos objetivos fiscais sem prejudicar o poder de compra da população.
Definição do valor envolve uma combinação de fatores sociais e econômicos
O cálculo e a definição do valor do salário mínimo envolvem uma combinação de fatores econômicos e sociais, com o objetivo de garantir que os trabalhadores tenham uma remuneração justa e condizente com o custo de vida. Embora a nova regra fiscal tenha estabelecido limites para o ganho real, é fundamental que o governo continue atento aos impactos dessa medida na economia e na sociedade, buscando sempre o equilíbrio entre a sustentabilidade fiscal e o bem-estar da população.
Acompanhar as discussões sobre o salário mínimo e suas implicações é essencial para compreender as políticas públicas que afetam diretamente a vida dos cidadãos e o desenvolvimento econômico do país.