Nos últimos anos, a forma como os consumidores organizam suas compras tem passado por transformações significativas. Enquanto algumas pessoas preferem concentrar suas compras no início do mês, outras optam por adquirir itens conforme a necessidade. Mas afinal, qual é a melhor opção? A resposta depende de vários fatores, como planejamento financeiro, hábitos alimentares e disponibilidade de tempo. Neste artigo, analisamos as vantagens e desvantagens de cada método, trazendo insights de especialistas em finanças, nutrição e comportamento do consumidor.
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A influência do planejamento financeiro
Um dos principais aspectos a considerar ao escolher entre compras mensais ou diárias é o impacto financeiro. Segundo o economista Gustavo Cerbasi, especialista em finanças pessoais, a compra planejada evita gastos impulsivos, permitindo maior controle do orçamento. “Ao comprar uma vez por mês, o consumidor tem a oportunidade de comparar preços e aproveitar promoções de atacado”, explica Cerbasi.
Por outro lado, compras diárias podem levar a gastos desnecessários, pois a exposição frequente a prateleiras cheias de produtos pode resultar em aquisições por impulso. Um estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) indica que 47% dos brasileiros fazem compras não planejadas ao frequentar supermercados regularmente. Isso pode comprometer o orçamento e gerar desperdício.
Desperdício alimentar: um fator crucial
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que aproximadamente um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado. No Brasil, esse número gira em torno de 26 milhões de toneladas anuais. As compras mensais, apesar de economicamente vantajosas, podem contribuir para esse problema, pois alimentos frescos têm prazo de validade limitado.
Segundo a nutricionista funcional Sophie Deram, “comprar grandes quantidades de alimentos pode ser prejudicial se não houver um planejamento adequado do consumo. Frutas, verduras e laticínios, por exemplo, estragam rapidamente”. Nesse contexto, as compras frequentes permitem escolher produtos frescos e evitar desperdícios.
Logística e tempo: qual é o impacto?
A rotina do consumidor também deve ser levada em consideração. Para quem tem pouco tempo disponível, as compras mensais podem ser uma solução eficiente. Em contrapartida, quem possui uma rotina mais flexível pode se beneficiar das compras diárias ou semanais, garantindo produtos sempre frescos e adaptando a alimentação às necessidades do momento.
O professor de comportamento do consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, aponta que “as compras diárias permitem maior flexibilidade e variedade alimentar. Entretanto, exigem mais tempo e disciplina para evitar gastos desnecessários”.

Impacto ambiental e sustentável
Outro ponto relevante é o impacto ambiental. Compras mensais podem incentivar o consumo de embalagens maiores e a redução de deslocamentos frequentes, contribuindo para a diminuição da emissão de CO2. No entanto, se o planejamento não for bem executado, pode resultar em desperdício de alimentos.
Já as compras diárias possibilitam a redução do uso de embalagens descartáveis, especialmente quando o consumidor opta por feiras e mercados locais. Além disso, adquirir produtos frescos e sazonais pode incentivar a economia local e minimizar a pegada ecológica.
Conclusão: qual a melhor estratégia?
Não há uma resposta única para essa questão. Cada consumidor deve avaliar seu perfil financeiro, disponibilidade de tempo e hábitos alimentares. Para aqueles que preferem planejamento e economia, as compras mensais são uma boa opção. Já para quem busca frescor e variedade na alimentação, compras diárias podem ser mais vantajosas.

Independentemente da escolha, o ideal é adotar um planejamento eficiente, evitando desperdícios e gastos desnecessários. Utilizar listas de compras, monitorar promoções e manter um controle do orçamento são práticas recomendadas por especialistas para garantir que as compras – sejam elas mensais ou diárias – sejam vantajosas e sustentáveis.