Dom Pedro II, também conhecido como “O Magnânimo”, foi o último imperador do Brasil e uma das figuras mais marcantes da história nacional. Seu longo reinado, de 1840 a 1889, foi caracterizado por estabilidade política, avanços científicos e culturais e a abolição da escravatura. Neste artigo, exploramos a trajetória de Dom Pedro II, desde sua infância até o exílio, abordando sua importância para o Brasil e sua relevância histórica global.
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Infância e Ascensão ao Trono
Dom Pedro II nasceu em 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro, filho de Dom Pedro I e da imperatriz Maria Leopoldina. Com apenas cinco anos, foi nomeado imperador após a abdicação de seu pai, que retornou a Portugal. Criado sob rígida disciplina, Pedro foi educado por renomados intelectuais, como José Bonifácio de Andrada e Silva, tornando-se um monarca culto e preparado para governar.
O Período Regencial (1831-1840) foi marcado por instabilidade política e revoltas regionais. Para restaurar a ordem, o golpe da maioridade foi articulado, e, aos 14 anos, Pedro II foi declarado maior de idade e assumiu o trono em 23 de julho de 1840.
O Segundo Reinado (1840-1889)
O governo de Dom Pedro II ficou conhecido como “O Segundo Reinado” e se destacou por diversas realizações políticas, econômicas e sociais.
Estabilidade Política e Desenvolvimento Econômico
Dom Pedro II promoveu a estabilidade política através do parlamentarismo às avessas, onde o imperador exercia forte influência sobre o parlamento. Durante seu governo, o Brasil passou por uma fase de modernização econômica, impulsionada pela cultura do café, principal produto de exportação. A construção de ferrovias e a introdução do telégrafo foram marcos desse progresso.
Incentivo à Educação e Cultura
Conhecido por sua paixão pelo conhecimento, Dom Pedro II investiu fortemente na educação e na ciência. Criou o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e apoiou cientistas como Louis Pasteur e Graham Bell. Fluente em diversos idiomas, como francês, inglês, alemão e tupi-guarani, mantinha correspondência com intelectuais da época, sendo reconhecido internacionalmente.

Abolição da Escravatura
Uma das principais marcas do reinado de Dom Pedro II foi a luta pela abolição da escravatura. Apesar das pressões políticas e econômicas contrárias, seu governo avançou progressivamente com medidas como:
- Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibiu o tráfico negreiro;
- Lei do Ventre Livre (1871), que concedia liberdade aos filhos de escravos;
- Lei dos Sexagenários (1885), que libertava escravos com mais de 60 anos;
- Lei Áurea (1888), assinada por sua filha, a Princesa Isabel, pondo fim à escravidão no Brasil.
A abolição gerou forte oposição da elite agrária, sendo um dos fatores que levaram à queda do Império.
A Proclamação da República e o Exílio
Em 15 de novembro de 1889, um golpe militar liderado por Marechal Deodoro da Fonseca destituiu Dom Pedro II e proclamou a República. Sem resistência, o imperador aceitou sua deposição e partiu para o exílio na Europa. Passou seus últimos anos na França, onde faleceu em 5 de dezembro de 1891, sendo enterrado com uma bandeira do Brasil e um bilhete que dizia: “Deus, Pátria e Família”.
Legado e Reconhecimento Póstumo
Dom Pedro II é lembrado como um dos líderes mais ilustres da história do Brasil. Sua postura ética, dedicação ao país e incentivo ao conhecimento marcaram sua trajetória. Em 1921, seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil e sepultados na Catedral de Petrópolis, consolidando sua memória como um governante exemplar e visionário.
Sua influência ainda é estudada e admirada, sendo constantemente citada como referência de liderança e compromisso com o desenvolvimento nacional. Como afirmou o historiador José Murilo de Carvalho: “Pedro II foi um estadista à frente de seu tempo, um defensor do progresso e do conhecimento”.

A biografia de Dom Pedro II revela um imperador dedicado ao bem-estar de seu povo, um incentivador do conhecimento e um defensor da justiça social. Seu governo deixou um legado de modernização e estabilidade, mesmo diante dos desafios políticos. A história do Brasil jamais esquecerá a figura de seu último imperador, que, apesar de ter sido deposto, permaneceu para sempre na memória da nação.