O Dia das Mães é uma das celebrações mais significativas em diversas culturas ao redor do mundo, marcada por homenagens, presentes e manifestações de carinho. No entanto, por trás dessa data comemorativa, existe uma história rica e multifacetada que remonta a tempos antigos e atravessa diferentes civilizações. Dessa maneira, exploraremos a origem histórica do Dia das Mães, desde suas raízes na Grécia Antiga até sua consolidação no Brasil, passando pela influência dos Estados Unidos e outros países.
As raízes antigas da celebração
A prática de homenagear as mães remonta à Grécia Antiga, onde festivais eram realizados em honra a Reia, a mãe dos deuses. Esses eventos aconteciam na primavera e eram marcados por rituais e oferendas. Na Roma Antiga, as celebrações eram dedicadas a Cibele, também considerada a mãe dos deuses, e envolviam cerimônias religiosas que destacavam a importância da maternidade na sociedade romana.
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No entanto, essas festividades não possuíam a estrutura e o significado que atribuímos ao Dia das Mães contemporâneo. A transição para uma celebração mais formalizada ocorreu nos Estados Unidos, no final do século XIX.
O movimento nos Estados Unidos
A origem do Dia das Mães moderno é atribuída a Anna Maria Jarvis, uma ativista social norte-americana. Após a morte de sua mãe, Ann Reeves Jarvis, em 9 de maio de 1905, Anna iniciou uma campanha para estabelecer um dia dedicado à celebração das mães. Ela escolheu o segundo domingo de maio para a data, coincidindo com o aniversário de falecimento de sua mãe, e adotou o cravo branco como símbolo da festividade. O trabalho da ativista fez com que um memorial em homenagem a ela fosse realizado em maio de 1908: esse foi o primeiro Dia das Mães
Graças aos esforços de Anna Jarvis, o Congresso dos Estados Unidos aprovou, em 1914, uma resolução que oficializava o Dia das Mães como feriado nacional. O presidente Woodrow Wilson sancionou a lei, estabelecendo que o segundo domingo de maio seria dedicado às mães em todo o país.
A reação de Anna Jarvis à comercialização
Apesar de ter sido a principal responsável pela criação do Dia das Mães, Anna Jarvis tornou-se uma crítica ferrenha da comercialização excessiva da data. Ela lamentava que o foco da celebração tivesse se desviado do reconhecimento genuíno das mães para o consumo de presentes e flores. Ela criticava bastante a venda de cartões feitos para a data, pois considerava que quem os comprava era preguiçoso demais para fazer uma dedicatória escrita à mão
Jarvis chegou a processar empresas que utilizavam o nome “Mother’s Day” sem autorização e passou os últimos anos de sua vida tentando reverter a institucionalização da data.
No Brasil, a situação não foi diferente. Uma vez criada a data comemorativa, a prática de celebrar o Dia das Mães foi crescendo e virou uma das celebrações mais importantes do ano. Atualmente, o Dia das Mães é a segunda data comemorativa mais importante para o comércio brasileiro, ficando atrás apenas do Natal.
A chegada ao Brasil
O Dia das Mães foi introduzido no Brasil em 1918, em Porto Alegre, por iniciativa da Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul. A data ganhou força nas décadas seguintes, especialmente após a oficialização pelo presidente Getúlio Vargas em 1932, por meio do Decreto nº 21.366, que determinava o segundo domingo de maio como o Dia das Mães no país .
A escolha do segundo domingo de maio no Brasil seguiu o modelo norte-americano, refletindo a influência dos Estados Unidos na consolidação da data. A oficialização também coincidiu com o movimento feminista da época, que buscava maior reconhecimento e valorização das mulheres na sociedade. Em 2025, a data será comemorada no dia 11 de maio.
A consolidação da data
Embora a data tenha sido oficializada em 1932, foi durante o regime militar (1964-1985) que o Dia das Mães se consolidou como uma das principais celebrações no Brasil. O governo utilizou a figura materna como símbolo de virtude e moralidade, alinhando-se aos valores conservadores da época. A mídia também desempenhou um papel crucial na promoção da data, associando-a a campanhas publicitárias que exaltavam o amor e o sacrifício materno .
Diferenças na celebração ao redor do mundo
Embora o Dia das Mães seja celebrado em muitos países, as datas e formas de comemoração variam significativamente. Nos Estados Unidos, como mencionado, a data é comemorada no segundo domingo de maio, assim como na Dinamarca, Alemanha, Austrália, Malásia e Uruguai. Em países como México, Guatemala e El Salvador, o Dia das Mães é celebrado em 10 de maio, uma tradição que remonta a práticas culturais e religiosas locais .
Em Portugal e nos países africanos lusófonos, a celebração ocorre no primeiro domingo de maio, alinhando-se com a tradição católica que dedica o mês de maio a Maria, mãe de Jesus.
A Rússia e a Sérvia, por exemplo, comemoram-no no dia 8 de março; a Noruega, no segundo domingo de fevereiro; o Líbano, no início da primavera no Hemisfério Norte (21 de março); e a Argentina, no terceiro domingo de outubro.
Essas variações refletem as diferentes influências culturais, religiosas e históricas que moldaram a forma como o Dia das Mães é comemorado em cada região.
O significado contemporâneo
Atualmente, o Dia das Mães transcende suas origens religiosas e culturais, tornando-se uma celebração universal do amor e da dedicação materna. Em muitos países, a data é marcada por gestos de carinho, presentes e momentos de convivência familiar. No entanto, também é um momento para refletir sobre os desafios enfrentados pelas mães, como desigualdade de gênero, violência doméstica e falta de apoio social.
Organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), utilizam o Dia das Mães para promover campanhas de conscientização sobre os direitos das mulheres e crianças, saúde materna e igualdade de gênero. Essas iniciativas ressaltam a importância de políticas públicas que garantam o bem-estar das mães e suas famílias em todo o mundo.
Dia das Mães tem uma origem diversificada
O Dia das Mães possui uma origem rica e diversificada, que reflete a evolução das sociedades ao longo do tempo. Desde as antigas civilizações que reverenciavam figuras maternas até a institucionalização da data nos Estados Unidos e sua propagação pelo mundo, a celebração das mães carrega consigo significados profundos e variados.
No Brasil, a data é uma oportunidade para reconhecer e valorizar o papel fundamental das mães na construção da sociedade. Além disso, serve como um lembrete da importância de continuar a luta por igualdade de direitos e oportunidades para todas as mulheres.
Ao celebrarmos o Dia das Mães, é essencial lembrar que a verdadeira homenagem vai além de presentes materiais. Trata-se de reconhecer o amor, o esforço e a dedicação de todas as mães, e de trabalhar para criar um mundo onde elas possam viver com dignidade, respeito e igualdade.