Ataques de cães, especialmente da raça pitbull, têm gerado preocupações em diversas comunidades. Embora a maioria dos cães dessa raça seja amigável, é fundamental saber como agir em caso de ataque para garantir a segurança de todos. Especialistas em comportamento animal, autoridades e instituições de saúde pública oferecem orientações valiosas sobre prevenção e ação em situações de risco.

Entendendo o comportamento do pitbull
O pitbull é uma raça conhecida por sua força e lealdade. No entanto, como qualquer cão, pode apresentar comportamentos agressivos se não for adequadamente socializado e treinado. Segundo Thiago Rossy, especialista em comportamento de cães e gatos, a falta de socialização é uma das principais causas de agressividade em cães. Ele destaca que “todo cão, independentemente do porte, precisa passar por uma socialização adequada”.
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Além disso, fatores como maus-tratos ou experiências traumáticas podem contribuir para comportamentos agressivos. É essencial que os tutores estejam atentos a esses aspectos e busquem orientação profissional quando necessário.
Prevenção: a melhor forma de evitar ataques
A prevenção é fundamental para evitar incidentes. Especialistas recomendam as seguintes práticas:
- Socialização desde filhote: Expor o cão a diferentes ambientes, pessoas e outros animais desde cedo ajuda a desenvolver um comportamento equilibrado.
- Treinamento adequado: Utilizar métodos de adestramento positivo, baseados em reforço positivo, é essencial para construir uma relação de confiança e respeito entre o cão e o tutor.

- Uso de equipamentos de segurança: Em áreas públicas, é obrigatório o uso de coleira com guia curta e focinheira para cães de raças consideradas potencialmente perigosas, como o pitbull. O não cumprimento dessas normas pode resultar em multas.
- Supervisão constante: Crianças e cães devem sempre ser supervisionados por um adulto para evitar acidentes.
Como agir em caso de ataque
Apesar das medidas preventivas, situações de risco podem ocorrer. Especialistas orientam sobre como proceder em caso de ataque:
- Mantenha a calma: Evite movimentos bruscos e tente manter uma postura tranquila. O medo pode ser detectado pelos cães e aumentar a agressividade.
- Evite contato visual direto: Olhar nos olhos do cão pode ser interpretado como um desafio. Procure olhar para cima ou para o lado.
- Não tente lutar com o cão: Resistir fisicamente pode intensificar o ataque. O ideal é se proteger e esperar que o cão se acalme.
- Proteja as áreas vitais: Tente proteger a cabeça, pescoço e barriga. Agachar, abraçar os joelhos e colocar a cabeça entre os ombros e os joelhos pode ajudar.
- Distração com objetos: Se possível, ofereça um objeto que esteja com você (como uma bolsa ou sapato) para distrair o cão e permitir que você se afaste lentamente.
- Golpe na região da trufa: Se o cão já estiver mordendo, um golpe suave na região da trufa pode fazê-lo soltar a presa, permitindo que você se afaste com segurança.
Como agir após um ataque
Se você ou alguém for mordido por um pitbull, é essencial agir rapidamente para reduzir o risco de infecções e complicações. A Prefeitura de São Paulo orienta os seguintes passos:
- Limpeza imediata: Lave o local da mordida com água corrente e sabão para remover possíveis bactérias.
- Observação do animal: Se possível, solicite ao tutor que observe o comportamento do cão por 10 dias. Caso o animal apresente sinais de raiva ou desapareça, procure imediatamente atendimento médico.
- Busca por atendimento médico: Dirija-se à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para avaliação e possível aplicação de vacina antirrábica.

Responsabilidade dos tutores
A responsabilidade dos tutores é crucial para prevenir ataques. O presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Reinaldo Veloso, enfatiza que “o centro da discussão não deve ser os animais, mas a responsabilização do tutor”.
Ele destaca que muitos ataques ocorrem devido à negligência dos tutores em cumprir a legislação vigente, que exige o uso de focinheira, coleira e guia para cães de grande porte em áreas públicas. Veloso ressalta que “ninguém nasce para o mal” e que “geralmente, o pitbull, quando tem essa agressividade, adquiriu do meio em que vive”.
Portanto, é fundamental que os tutores assumam a responsabilidade por seus animais, garantindo que recebam treinamento adequado, socialização e cuidados necessários para prevenir comportamentos agressivos.
A chave para prevenir ataques está na educação dos tutores
Embora os ataques de pitbull sejam preocupantes, a maioria dos cães dessa raça é amigável e bem comportada. A chave para prevenir incidentes está na educação dos tutores e na implementação de práticas responsáveis de posse de animais. Ao seguir as orientações de especialistas e autoridades, é possível reduzir significativamente o risco de ataques e garantir a segurança de todos.