Adotar um animal é mais do que um gesto de amor: é uma ação que transforma vidas — tanto a do bichinho quanto a do novo tutor. Com milhares de cães, gatos e outros pets aguardando por um lar nos abrigos e ONGs do Brasil, a campanha “Adote um Animal” cresce a cada ano, impulsionada por instituições, veterinários e ativistas dos direitos dos animais.
Aqui, você vai entender os benefícios da adoção, como o processo funciona e por que esse gesto é tão importante para a sociedade.
Veja também:
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- Guia definitivo de cuidados com pets: saúde, bem-estar e convivência
- Saúde preventiva em pets: a importância das vacinas e vermifugação nos animais

O contexto da adoção de animais no Brasil
Segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), existem mais de 185 mil animais resgatados vivendo em ONGs ou abrigos no país, e outros milhões em situação de rua. A adoção responsável aparece como uma das principais estratégias para reduzir esses números e oferecer aos animais a chance de uma vida digna.
A médica veterinária Dra. Renata Martins, especialista em comportamento animal, afirma:
“A adoção consciente não salva apenas o animal adotado. Ela abre espaço para que as instituições resgatem novos casos e contribui para o combate aos maus-tratos e ao abandono”.
Ainda de acordo com o IPB, cerca de 70% dos animais resgatados são cães e 30% gatos. Porém, a adoção de animais idosos, de grande porte ou com deficiências ainda é bastante desafiadora.
Quais os benefícios de adotar um animal?
A decisão de adotar traz inúmeros benefícios emocionais, sociais e até físicos para os tutores. Veja alguns dos principais:
1. Companhia e bem-estar emocional
Diversos estudos, como o realizado pela Universidade de Cambridge, indicam que a convivência com animais reduz sintomas de estresse, ansiedade e depressão. O simples ato de acariciar um pet libera ocitocina, o hormônio do amor e da felicidade.
2. Incentivo à responsabilidade e disciplina
Ter um animal requer cuidados diários, como alimentação, passeios, idas ao veterinário e atenção emocional. Essas responsabilidades contribuem para o desenvolvimento da empatia e organização.
3. Estímulo à atividade física
Cães, em especial, exigem caminhadas diárias, o que incentiva os tutores a manterem uma rotina de exercícios, beneficiando a saúde cardiovascular e reduzindo o sedentarismo.
4. Redução de problemas sociais
Ao adotar um animal, você ajuda diretamente a combater o problema do abandono e da superpopulação de animais nas ruas, promovendo um impacto social positivo.
5. Gratidão e amor incondicional
Animais resgatados têm uma capacidade única de demonstrar gratidão. Muitos tutores relatam laços emocionais profundos com seus animais adotados.
Como afirmou o adestrador e ativista Alexandre Rossi, conhecido como Dr. Pet:
“Quem adota ganha um amigo leal para a vida inteira. Não existe amor mais puro do que o que recebemos de um animal que resgatamos.”

Como funciona o processo de adoção?
O processo de adoção responsável pode variar conforme a instituição, mas geralmente inclui as seguintes etapas:
1. Escolha da instituição ou abrigo
Prefira ONGs e projetos sérios, que façam entrevistas e visitas domiciliares. Algumas instituições confiáveis no Brasil incluem:
- Ampara Animal
- Projeto Segunda Chance
- Instituto Luisa Mell
- Santuário Vale da Rainha
2. Entrevista e avaliação
O candidato a tutor passa por uma entrevista para avaliar seu perfil, rotina e condições de manter um animal com dignidade. Algumas ONGs exigem a assinatura de um termo de responsabilidade.
3. Visita ao local e escolha do animal
Muitos abrigos permitem que o interessado conheça vários animais antes de decidir. É importante considerar o porte, temperamento e necessidades específicas do pet.
4. Castração e vacinação
A maioria das ONGs entrega o animal castrado, vacinado e vermifugado. Isso ajuda a controlar a superpopulação e garante mais saúde para o pet.
5. Acompanhamento pós-adoção
Algumas instituições fazem visitas posteriores ou entram em contato para verificar como o animal está se adaptando.
Importante:
Nunca adote por impulso. A adoção deve ser uma decisão madura e consciente.
Dicas para quem quer adotar
1. Analise sua rotina
Animais demandam tempo e atenção. Certifique-se de que você poderá oferecer isso diariamente.
2. Adapte o ambiente
Antes de levar o novo amigo para casa, prepare o espaço com segurança: proteja janelas, retire objetos perigosos e garanta acesso a água e comida.
3. Tenha paciência
Animais resgatados podem ter traumas e levar tempo para confiar nos humanos novamente. Seja paciente e carinhoso.
4. Invista em socialização
Passeios, contato com outros animais e estímulos positivos ajudam o pet a se adaptar e a desenvolver comportamentos saudáveis.
5. Busque orientação veterinária
Faça um check-up completo e siga as orientações para manter vacinas e vermífugos em dia.
Por que adotar e não comprar?
Embora existam criadores responsáveis, o comércio de animais ainda é marcado por práticas abusivas, como a reprodução forçada e o abandono de matrizes (fêmeas usadas para reprodução) quando não são mais “lucrativas”.
Ao adotar, você combate essa indústria e ainda salva uma vida.
Luisa Mell, ativista e fundadora do Instituto Luisa Mell, reforça:
“Cada vez que você adota, você está dando uma chance real para um animal que não tinha mais esperança. Comprar, muitas vezes, financia sofrimento”.
Além disso, pets adotados são únicos em aparência e personalidade, proporcionando uma experiência ainda mais especial.
Onde adotar no Rio de Janeiro e em outras cidades
Se você mora no Rio de Janeiro, São Paulo ou outras capitais, há diversas opções de feiras de adoção e ONGs sérias. Algumas iniciativas são:
- Adote um Amigo (RJ): promove feiras semanais em pontos estratégicos da cidade.
- Amigos de São Francisco (SP): feira de adoção mensal em shoppings.
- Prefeituras Municipais: muitos centros de controle de zoonoses têm programas de adoção de cães e gatos.
Dica: sempre consulte redes sociais e sites oficiais para ver os animais disponíveis.
A importância da adoção consciente
Adotar não é um ato de caridade pontual, é o início de um compromisso para a vida toda. Animais vivem, em média:
- Cães: 10 a 15 anos
- Gatos: 12 a 18 anos
Antes de adotar, pergunte-se:
- Estou preparado para cuidar de um animal por muitos anos?
- Tenho condições financeiras de arcar com despesas como ração, veterinário, vacinas, emergências?
- Minha casa e minha família estão preparadas para essa responsabilidade?
Se as respostas forem positivas, você estará pronto para transformar a vida de um animal — e a sua também.

Adotar um animal é um dos gestos mais nobres que uma pessoa pode fazer. Além de oferecer amor, segurança e qualidade de vida a um ser indefeso, você também promove a transformação da sociedade, criando uma cultura de respeito e empatia pelos animais.
A campanha “Adote um Animal” é um convite à reflexão e à ação: existem milhões de pets esperando uma segunda chance. E quem sabe, o próximo melhor amigo da sua vida não esteja hoje em um abrigo, só esperando por você?
Seja consciente. Adote. Transforme vidas.